Palavra encena ato em canto; palavra em cena, ato encanto

O livro apresentado resulta da Tese defendida por Giselle Cecchini para obtenção do grau de Doutor, na área de concentração de Teoria da Literatura pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, sob a orientação da Professora Doutora Ana Maria Lisboa de Mello. A tese tem como ponto de partida o canto em Prometheus - a tragédia do fogo. O espetáculo da Cia. Teatro Balagan, de São Paulo, tem dramaturgia de Leonardo Moreira e encenação de Maria Thaís Lima Santos. O trabalho de investigação articula-se a partir do canto, em suas múltiplas designações, tendo em primeira consideração o canto integrando voz, palavra e performance. Como linguagem, o canto é veículo de uma memória, de uma arte. O termo 'canto', plurissignificante, perpassa o objeto de análise e encontra seu sentido de acordo com o contexto em suas diferentes acepções. A argumentação é balizada pelos seguintes aspectos: 1. O canto como poesia - em seus gêneros dramático, épico e lírico. O canto é o próprio mito; 2. O canto em cena - ação física, vocal e verbal (voz/palavra/corpo/ato); o canto como palavra cantada, em seus princípios poéticos, em sua oralidade, vocalidade e performance; o canto como composição musical; 3. Os cantos da cena - cruzamento das distintas vozes na encenação polifônica de Prometheus. O estudo caracteriza-se pelo diálogo entre as áreas do teatro, com seus múltiplos signos, e da literatura. Desdobrando-se em diferentes matérias de estudo, o canto revela-se uma estratégia de abordagem e leitura da poética de cena da Cia. Teatro Balagan no espetáculo Prometheus - a tragédia do fogo.